24.4.20

Madeira #3


Terceiro e último post sobre a viagem aquela que é conhecida como a Pérola do Atlântico. Já vos falei dos miradouros que visitamos, das vilas, de comida e bebida, do mercado no centro do Funchal, do hotel onde ficamos e até do nosso meio de transporte. Se tudo isto já são motivos mais que suficientes para visitar a ilha, não podemos esquecer as flores e os jardins que são também um cartão visita da Madeira. Por isso hoje trago-vos os jardins que visitamos e todas as outras actividades pelas quais pagamos. Espero que gostem!












Monte Palace Tropical Garden
Foi um dos últimos sítios que visitamos na ilha mas hoje quero começar por ele. O jardim Monte Palace situa-se na freguesia do Monte, está inserido numa quinta e data do século XVIII. Em 1897 a propriedade foi adquirida por Alfredo Guilherme Rodrigues, que inspirado nos palácios das margens do Rio Reno, construiu uma residência que viria a ser o Monte Palace Hotel, onde eram frequentemente alojadas pessoas importantes e ricas, tanto nacionais como estrangeiras. Depois do falecimento de Alfredo a sua família não deu seguimento ao hotel, sendo que este passou a ser propriedade de uma instituição financeira. Em 1987 a mesma instituição vendeu a quinta a Joe Berardo, e aí nasceu o Monte Palace como o conhecemos hoje.
Com uma área de 70 hectares, fazem parte deste jardim um conjunto de plantas exóticas, provenientes dos quatro cantos do mundo, plantas indígenas das florestas madeirenses, assim como com cisnes, patos e peixes nas lagoas do jardim. Além de todas estas espécies o espaço está ornamentado com budas, esculturas, azulejos, vários painéis decorativos, tudo peças oriundas de várias partes do mundo. Existe ainda no recinto um edifício que alberga três galerias com esculturas e minerais, uma vez mais provenientes de vários pontos do globo.
O custo de entrada é de 12€, valor no qual está incluída uma degustação de vinho da Madeira. Como sabem, nesta viagem deslocámo-nos de carro, mas há um teleférico que para mesmo junto da entrada do jardim.










Jardim Botânico da Madeira
Este jardim, e um episódio que nele aconteceu, faz parte de uma das poucas memórias que tenho da primeira vez que estive na ilha, há 25 anos atrás. Por isso tinha muita curiosidade para voltar e ver se as coisas estavam tal e qual como eu me lembrava.
O Jardim Botânico da Madeira localiza-se na Quinta do Bom Sucesso, a 3 km do Funchal, foi fundado em 1960 pelo engenheiro Rui Vieira. Cobre uma área de 80 hectares, dos quais 50 são de área ajardinada, e tem uma vista maravilhosa para o Funchal. Dele fazem parte inúmeras espécies de plantas e ainda o Museu de História Natural ao qual também têm acesso. No museu vão encontrar uma série de corais e algumas aves e peixes embalsamados, alguns bem grandes!!! O custo da entrada para maiores de 18 é de 6€, sendo que não há limitação de tempo para a visita.




Descida nos carros de Cesto
A tão tradicional descida turística nos carros de cesto em vime não podia falhar no nosso roteiro turístico. A mesma tem origem no século XIX, época em que os cestos eram usados pelos habitantes como um meio de transporte veloz entre o Monte e a cidade do Funchal. Os carros são conduzidos por dois carreiros, vestidos com os típicos trajes de época e chapéu de palha, que usam botas com uma sola de pneu para ajudar nas travagens. Na base dos carros é colocada uma gordura para ajudar o carro a deslizar pelas ruas, daí a estrada parecer polida. O percurso tem hoje 2 km e dura aproximadamente 10 minutos, o tempo necessário para descer do Monte até ao Livramento. Pelo caminho podem contar com uma vista maravilhosa para o Funchal e no final podem ainda adquirir uma foto vossa durante a descida. Confesso que esta foi a brincadeira que nos saiu mais cara, porque a somar ao valor da descida de cesto (30€ para duas pessoas) e da foto que quisemos comprar no final para recordação (10€), tivemos ainda a deslocação de táxi até ao Monte, onde tínhamos deixado o nosso carro estacionado, uns 20€ por meia dúzia de minutos!!! Mas uma vez não são vezes, férias são férias, e valeu bem pela experiência!





Museu CR7
Se são fãs de futebol não podem mesmo falhar uma visita a este museu! Está localizado junto à marina do Funchal, no mesmo edifício do hotel onde ficamos alojados. Nele vão encontrar uma série de troféus ganhos pelo melhor do mundo ao longo da sua carreira, desde os individuais aos colectivos, como as botas de ouro, o ballon d'or, as taças da liga dos campeões dos clubes onde o Ronaldo já jogou e a taça do euro 2016 que sagrou a nossa selecção nacional como campeã. Os troféus individuais são todos originais, sendo apenas os troféus colectivos réplicas. Além disto vão encontrar ainda inúmeras bolas e equipamentos autografados, chuteiras que o Cristiano usou e alguma correspondência enviada pelos fãs. Outra coisa gira que podem fazer é tirar uma foto com o vosso ídolo, sim, isso mesmo! Há uma zona no museu equipada com realidade aumentada, onde podem interagir com o Ronaldo e tirar fotos como se estivessem ao seu lado. Foi tão engraçado!!!! Completamente recomendo! A foto tem um custo de 5€ e este foi o único gasto que tivemos no museu, uma vez que ficamos alojados no Pestana CR7 Funchal, a entrada para o museu estava incluída.

20.4.20

Madeira #2


Se no último post vos falei de todos os lugares que visitamos e que têm livre acesso, como os muitos miradouros e vilas, hoje vou falar-vos do hotel onde ficamos alojados, de algumas coisas que não podíamos deixa de comer e beber que são muito típicas na ilha e, não menos importante, vou falar-vos de como nos deslocamos nestes dias para dar a volta completa à ilha.








Pestana CR7 Funchal
Queríamos um hotel central no Funchal e este foi sem dúvida a melhor escolha. É um 4 estrelas com um design moderno e o staff, que nos recebeu com um welcome drink, foi durante toda a estadia muito atencioso connosco. As áreas sociais do hotel, como o bar, a zona de estar e a área de refeições, localizam-se no piso térreo, com acesso nas traseiras a uma esplanada com vista para a marina. Os quartos estão no primeiro piso e nós tivemos a sorte de serem virados para a marina, o que nos permitia uma vista maravilhosa da varanda do quarto para os barcos cruzeiro à noite. Por falar em vista maravilhosa, tenho de mencionar também a zona onde se encontra a piscina infinita do hotel, o rofftop localizado também no primeiro piso de onde é possível ver a mariana, toda a baixa da cidade do Funchal e zona montanhosa da ilha e o seu casario. O nascer do sol ali é deslumbrante!!







Mercado dos Lavradores
Se há coisas boas para se comer na ilha a fruta é certamente uma delas. O clima ameno e solarengo é propício à criação de fruta bem docinha, por isso o Mercado dos Lavradores é um daqueles sítios a não perder. Foi inaugurado em 1940 e tem uma arquitectura própria do Estado Novo, localiza-se no centro do Funchal e foi desenhado com o objectivo de ser o polo abastecedor da cidade. Na entrada do mercado vão encontrar as bancas de flores e frutas e a zona da peixaria ao fundo. No piso superior existem mais bancas de fruta e muitos souvenirs. Está completamente direccionado para o turismo, por isso tomem atenção aos preços!! Ainda assim, e como digo sempre, dinheiro gasto em comida boa nunca é dinheiro mal gasto, por isso não se inibam de provar o que os vendedores vos oferecerem e comprem se gostarem! Eu cá achei tudo uma delícia!







O que comer?
Penso que seja do conhecimento comum, mas se não sabem cá vai, na Madeira come-se MUITO BEM! Por esse motivo não vou indicar-vos restaurantes específicos onde comer, porque na verdade, de todos os sítios onde almoçamos ou jantamos, não houve nada que estivesse mau!
O bolo do caco é uma daquelas iguarias quase incontornáveis e frequentemente servida como entrada. Aproveitem para comer com manteiga e alho que vão adorar!!
Outra coisa que têm mesmo de provar são as espetadas de carne em pau de louro, muito típicas da freguesia de Câmara de Lobos, onde surgiram. São cubos de carne de vaca espetada em pau de loureiro que são posteriormente grelhadas. O restaurante As Vides foi o primeiro restaurante de espetadas a surgir no Estreito da Câmara de Lobos, acabando por popularizar este prato, mas vão encontra-lo em muitos outros lugares. Acompanhem com milho frito, outra iguaria típica da ilha, batata e salada!
Por fim, não deixem de provar peixe e marisco. Estando numa ilha, rodeados de mar, era de esperar que o peixe fosse rei e senhor à mesa, e não se vão arrepender se optarem por ele. Foram vários os pratos que pedimos de peixe, fomos provando uns dos outros e estava tudo de louvar aos céus!




O que beber?
E se falamos em comida temos de falar em bebida também! E nada mais típico para beber na Madeira do que a Poncha. É uma bebida alcoólica com origem no século XIX como adaptação de uma outra bebida, a "panche", trazida da Índia pelos ingleses. Popularizou-se entre os pescadores, que a usavam para se aquecerem nas noites frias antes de irem para o mar, em Câmara de Lobos, no entanto hoje é concebida e apreciada por toda a ilha. É confeccionada com rum da Madeira, mel de abelhas e uma variedade de frutos produzidos exclusivamente na região, como é o caso de laranjas e limões, individualmente ou combinados, que resultam numa harmonia de aromas. As principais receitas são três, a de maracujá, a regional e a de pescador.
Se acharem que a Poncha é demasiado para vós, aconselho-vos a provar Nikita. Não tão popular na ilha como a bebida anterior, mas para mim muito melhor!! É o resultado de uma mistura de gelado (de vários sabores), açúcar, rodelas de ananás, e uma bebida alcoólica, como o vinho branco e/ou a cerveja branca. À semelhança da Poncha, também é usado o pau de poncha para misturar todos os ingredientes, aqui até obter uma mistura cremosa. Também esta bebida é típica de Câmara de Lobos mas igualmente confeccionada em toda a ilha. Uma curiosidade, foi criada em 1985, ano em que a canção "Nikita" de Elton John estava na moda, daí o seu nome.



Como se deslocar?
Por último, mas não menos importante, quero falar-vos do nosso meio de transporte nestas férias na ilha. Decidimos inicialmente alugar dois carros de 5 lugares, éramos 8 pessoas, por isso achamos que era a melhor opção, no entanto quando fomos levantar o carro conseguimos um upgrade e foi-nos dada uma carrinha de 9 lugares. Perfeito, conseguiríamos viajar todos juntos, mas mais importante que isso foi a facilidade que esta carrinha nos conferiu para acedermos a todos os locais da ilha, coisa que talvez não fosse possível com um carro mais pequeno.
Sendo a Madeira uma ilha vulcânica, as suas estradas, embora muito evoluídas desde a nossa última visita (com todas as novas variantes e túneis), têm um declive muito mas mesmo muitooooooooo acentuado! Não tinha esta noção até nos metermos em alguns caminhos de acesso a pontos turísticos que visitamos. A carrinha que usamos tinha mudanças automáticas, o que nos facilitou muito naqueles momentos em que era necessário parar a meio de uma subida, fazer "ponto de embraiagem" e arrancar de seguida. Podem achar isto um exagero mas acreditem que não é. Há estradas que vocês vão descer, como na zona do Monte, em que cada curva parece acabar num precipício, ou então na zona de parqueamento de acesso ao Pico do Arieiro, em que os autocarros só conseguem subir de marcha atrás porque de primeira não saem do sítio... Estão a conseguir imaginar?! Posteriormente, em conversa com colegas que estiveram na ilha e usaram carros de 4 ou 5 lugares, fiquei a saber que escolher um carro potente é absolutamente necessário, eles não conseguiram subir a algumas zonas da ilha porque simplesmente o carro não respondia! Por isso já sabem, ou arranjam um carro potente ou então mais vale chamar um táxi! Ahahahahah...

12.4.20

Madeira #1


Achavam mesmo que eu ia deixar de publicar aqui no blog um guia sobre a viagem que fiz à Madeira?! Nahhhh, nada disso... Aqui pode tardar, mas não falha!! Eu sei que já passaram meses, mas se ao dia de hoje nos encontramos confinados a quatro paredes, se não nos é possível viajar, nada melhor do que viajar pela net, sem correr qualquer tipo de risco, e quem sabe, talvez esta partilha vos sirva de inspiração para a vossa próxima viagem também!
Esta viagem foi muito planeada. Não foi a minha primeira vez na ilha, mas mal me lembrava da última (e única) vez que lá tinha estado, tinha 5 anos e por isso as recordações não eram muitas, esta seria então como uma primeira vez. Planeei com a minha irmã todos os lugares que queríamos visitar nos três dias que tínhamos na ilha, todas as coisas que queríamos comer e todas as experiências que não podiam falhar. Muitos planos tiveram de ficar fora da lista, a ilha é relativamente pequena mas absolutamente imensa no que tem para nos oferecer, o que nem é mau de todo, é sempre uma desculpa para voltar!
Neste e nos próximos posts vou partilhar convosco por onde andei, o que fiz, o que comi! Por hoje trago-vos todos os lugares que visitamos com acesso gratuito. Espero que gostem!!





Pico do Arieiro
Eu adoro vistas em geral, se forem panorâmicas então... me chamem que eu vou! Por isso um miradouro (no mínimo) tinha de fazer parte desta viagem. Depois de aterrarmos na ilha e de termos o nosso carro fomos logo ao Pico do Arieiro. É o segundo pico mais alto da ilha, com 1818m de altitude. Num dia limpo e sem nuvens é possível avistar a Ponta de São Lourenço, que fica no extremo oriental da ilha, o Curral das Freiras, uma freguesia em Câmara de Lobos, e ainda a ilha de Porto Santo. Como fomos no inverno era provável que encontrássemos neve, no entanto fomos presenteados com bastantes nuvens, um arco íris e vento. Não conseguimos avistar nenhum dos lugares que mencionei, no entanto a vista é deslumbrante na mesma. No Funchal chovia e lá em cima estava imenso sol!




Câmara de Lobos
Entre um miradouro e outro passamos pela baía de Câmara de Lobos, uma das zonas piscatórias da ilha e uma das mais pitorescas também. É um centro pequenino, muito cuidado, mas onde podem encontrar muitos bares com petiscos e bebidas tradicionais assim como restaurantes igualmente típicos.





Cabo Girão
Acho que o Cabo Girão é um dos cartões postais mais comuns da ilha. É o promontório mais alto da Europa, a 589m de altura, que nos oferece uma vista maravilhosa para o imenso mar, para o Funchal  para a baía de Câmara de Lobos. E estrutura do miradouro é em vidro, imprópria para pessoas com vertigens, mas asseguro-vos que vale bem a pena. Já vos disse que adoro vistas certo? Fiquei maravilhada com isto!




Miradouro São Sebastião
Mais um miradouro e mais uma vista que vale bem a pena. É um dos miradouros do município da Ribeira Brava e fica situado entre um vale. Permite vista para a vila assim como a costa este e oeste. Se estiverem de passagem, como nós estávamos, não deixem de visitar!



Ponta do Sol
Este é mais um dos municípios da ilha, tão típico como Câmara de Lobos e Ribeira Brava. Além da vista para o oceano que é constante e sempre maravilhosa, viemos até esta vila em busca desta cascata! A estrada não é muito segura, estava cortada no momento, mas alguns locais disseram que conseguíamos passar na mesma, por isso circulem com cuidado!!! Apesar do perigo vale super a pena. É uma das várias cascatas que podem encontrar na ilha, sendo que esta cai mesmo em cima da estrada e vocês conseguem passar por baixo dela! Brutal!!





Piscinas naturais de Porto Moniz
Porto Moniz situa-se na parte norte da ilha e as piscinas naturais são o ponto a não perder aqui. Formadas pela lava vulcânica, e posteriormente com alguma intervenção humana, estas piscinas são alimentadas com água do mar, dando a sensação de se estar a nadar no mar mesmo. Quero tanto voltar aqui no verão!!!





Santana
O concelho de Santana situa-se a norte da ilha e é considerado pela UNESCO como reserva mundial da biosfera. São no entanto as suas casas típicas o mais conhecido cartão postal de toda a ilha. As casas de pedra com telhados de colmo íngremes em forma de triângulo têm dois pisos e eram no passado usadas como habitação (no piso térreo), e para guardar produtos agrícolas no sótão.






Funchal
A zona histórica do Funchal é outro ponto da ilha a visitar. Deixamos esta zona para a noite, depois do jantar, e como estávamos em época natalícia todas as ruas, TODAS sem excepção, estavam decoradas com luzes, presépios e outros elementos alusivos à época. Não conheço nenhuma outra cidade com tanta iluminação de Natal. Esta zona da cidade é caracterizada pelas ruas estreitas de calçada e fachadas antigas, onde não faltam restaurantes e bares, e o movimento é imenso! Outra característica desta zona é a intervenção artística visível em algumas ruas, resultado do projecto "Arte de Portas Abertas", quase resultando numa galeria a céu aberto.